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terça-feira, 14 de junho de 2011

Os Erros da Igreja

            Nós católicos somos muito questionados sobre os erros que a Igreja Católica cometeu no passado. Dá-se a impressão que os nossos irmãos não católicos estudam a nossa história somente para falar mal de nossa Igreja.
            Mas “contra fatos não há argumentos”, dizem eles. De fato a Igreja Católica cometeu muitos erros no passado, isso não negamos, um dos maiores erros, certamente, foi a Inquisição. Mas ninguém procura saber a razão que levou a nossa Igreja humana acometer tais erros.
            No começo do cristianismo, logo após a ressurreição de Jesus, pagãos começaram a entrar na Igreja que estava nascendo. Surge, então, o catecumenato, que era uma preparação para a entrada, o batismo, desses novos cristãos. O catecúmeno era preparado, espiritualmente, para fazer o seu encontro com o Cristo Ressuscitado, somente no final do período de preparação é que o catecúmeno era batizado.
            Em 313 o imperador Constantino promulga o Edito de Milão, no qual o cristianismo passa a ser equiparado às demais religiões presentes no Império Romano. Os cristãos não precisavam mais se encontrar ás escondidas, poderia realizar seus cultos publicamente. Mas o imperador não se limita a equiparar o cristianismo ás demais religiões, também demonstra uma certa preferência pela religião do Deus Único.
            Em 380 o imperador Teodósio promulga o Edito de Tessalônica (28/02/380) no qual o cristianismo passa a ser a religião oficial do Império Romano, todas as pessoas que estavam sob o domínio do Império teriam que ser necessariamente cristãs.
            Com isso houve uma multidão querendo ser batizada, se tornar cristã, não havendo tempo hábil para o “catecumenato”. Se batizava e as pessoas que se interessassem procuravam formação posterior, o que raramente acontecia.
            Outro ponto negativo do Edito de Tessaônica é que os ministérios ordenados (diaconato, presbiterato e episcopado) tornaram-se cargos do Império, passaram a ser indicados para os “cargos” mais importantes, pessoas que estavam ligadas ao Império e não à Igreja. Um militar poderia ser indicado para arcebispo de uma arquidiocese apenas porque era “amigo” do imperador, mesmo que não conhecesse Jesus Cristo. Era apenas um administrador humano.
            Com isso muitos arcebispos se tornaram cardeais e alguns até papa. Muitos agiram como verdadeiros generais, quando deveriam ser pastores. Para um general do Império Romano, misericórdia era considerado falha grave. Assim podemos imaginar como o Espírito Santo “trabalhou” nesse período.
            Isso durou até 1789 com a Revolução Francesa, quando acontece a separação entre o Estado e a Igreja (primeiramente na frança e depois em vários países). A partir de 1789 a Igreja começa a tomar as rédeas de sua história, começa, ela mesma, a nomear e ordenar seus diáconos, padres e bispos, a escolher seus cardeais e papas. Mas esse processo não aconteceu “da noite para o dia”, foi um longo processo até chegarmos aos papas da nossa época que deixaram grandes exemplos de cristianismo, como, por exemplo, Leão XIII (começou a doutrina social na Igreja), João XXIII (o “Papa Buono” que convocou Concílio Vaticano II), João Paulo II (dispensa comentário) entre outros.
            Outro ponto que é muito importante para nós católicos é que, enquanto algumas igrejas escondem seu passado, a Igreja católica assume todos os seus erros e procura aprender com eles para não repeti-los no futuro.
            Também todos os erros cometidos pela Igreja católica Apostólica Romana mostram que ela “é a verdadeira Igreja de Jesus Cristo”, pois se não fosse teria acabado nesses quinze séculos. Se ela se manteve é porque é “divina”, foi desejada pelo Pai, fundada pelo Filho e enviada pelo Espírito Santo.
            Portanto, procure conhecer um pouco mais sobre a sua Igreja, você vai se apaixonar mais ainda por ela.

Pe. Edivaldo 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

SANTÍSSIMA TRINDADE, MODELO DE COMUNHÃO

            Quando se fala na Santíssima Trindade se pensa logo na “comunhão perfeita”, e que nós todos somos chamados a comunhão com todos e com Deus, pois é Jesus mesmo que pede quando diz “... que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós ...” (Jo 17,21). Mas como se faz comunhão?
            A comunhão só existe quando temos algo em comum com o outro. Portanto “estar juntos” é diferente de “estar em comunhão”. Para se estar juntos é necessário apenas que duas ou mais pessoas estejam em um determinado lugar; para se estar em comunhão é necessário duas ou mais pessoas terem algo em comum, não necessitando nem estarem juntas, eu estou em comunhão com o Papa quando luto pela Igreja e pelo Reino de Deus, mesmo se estamos muito longe um do outro. Quanto mais coisa eu tenho em comum com o outro, maior é a nossa comunhão.
            Na Trindade Santa, o Pai gera o Filho e ao gerar o Filho lhe dá tudo o que é, portanto o Filho é um com o Pai (Jo 10, 30). Dessa relação de doação mútua, que poderemos chamar de amor, procede uma terceira Pessoa, o Espírito Santo, com a mesma substância do Pai e do Filho. Se as Pessoas da Trindade tem tudo em comum, então a comunhão entre elas é total e plena, é perfeita.
            Dessa comunhão perfeita podemos concluir que as três Pessoas da Trindade agem sempre juntas: quando o Pai cria a humanidade, o faz com o Filho e o Espírito Santo; quando o Filho salva a humanidade, ele o faz enviado pelo Pai na força do Espírito Santo e quando o Espírito Santo santifica a humanidade, ele o faz com o Pai e o Filho. Falar o contrário é ir contra o que nos ensina a Santa Mãe Igreja.
            Portanto se queremos fazer comunhão em nossa comunidade e em nossa família, precisamos começar a ter algo em comum com os outros. Quando um membro da família se interessa pelo que o outro faz, se começa a fazer comunhão, a construir uma união de fato. Muitas famílias se unem quando um membro fica doente. Todos passam a ter aquela doença como ponto comum, ponto de unidade. Quando os filhos tem o Pai e/ou a mãe como ponto comum entre eles, a família permanece unida, mas quando ambos partem para a casa do Pai, muitas família se desintegram, cada um vai para o seu lado.
            Na comunidade acontece a mesma coisa, quando os membros da comunidade tem como ponto comum o anúncio de Jesus na comunidade , todos se mantêm unidos, mas quando cada um pensa apenas  na sua pastoral ou movimento, tudo começa a se deteriorar, não há comunidade que resista ao egoísmo.
            A comunhão se faz quando temos ao menos uma coisa em comum. O que eu tenho em comum com a minha família? Qual é o ponto comum em minha comunidade, em minha paróquia.

Fiquem com Deus

Pe. Edivaldo M. Machado

“... que todos sejam um (...) para que o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17,21)